A fratura da espinha tibial é uma lesão traumática que normalmente acomete pacientes jovens, sendo mais comum em crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos. Esta fratura consiste no destacamento de uma parte da superfície articular da tíbia (que é o maior osso da perna) onde o ligamento cruzado anterior tem sua fixação (Figura 1).
Na criança e no adolescente esta fratura pode ocorrer mais frequentemente após uma queda de bicicleta, ou durante a prática atividades esportivas. Embora mais raro, quando acontece em adultos, normalmente a energia envolvida no mecanismo causador da lesão é maior e pode cursar com outras lesões associadas, como lesões de menisco e lesões ligamentares.
Os sintomas que o paciente que sofre uma fratura da espinha tibial pode apresentar são dor, limitação do movimento, dificuldade para pisar no chão e inchaço do joelho. Normalmente, este inchaço é decorrente da presença de sangue dentro da articulação do joelho, o que nós chamamos de hemartrose.
Figura 1
São necessários exames de imagem para fazer o diagnóstico desta fratura, sendo os principais a radiografia do joelho e a tomografia computadorizada. Estes exames podem detalhar o tamanho do fragmento, assim como auxiliar a entender se existe o desvio da fratura, ou se ela se encontra reduzida. Definir isso é fundamental para que se possa indicar o melhor tratamento.
Dentre as possibilidades, quando não for necessária a cirurgia, podemos utilizar imobilizações como o gesso circular, a tala gessada ou ainda uma órtese. Outros casos, antes da cirurgia pode ser tentada a aspiração do conteúdo de sangue que está acumulado dentro do joelho, que pode estar contribuindo para o desvio da fratura. Caso a fratura não retorne à posição original, a cirurgia será indicada.
O tratamento cirúrgico para alguns casos pode ter seu acesso feito por videoartroscopia (cortes na pele minimamente invasivos em que se utiliza uma pequena câmera para conduzir a cirurgia dentro do joelho) ou então de maneira aberta. Normalmente as fraturas da espinha tibial são fixadas com parafusos, âncoras ou amarrilhas e o paciente é mantido em uso de órtese e muletas no pós-operatório, com restrição de aplicar todo o peso pelas primeiras 6 semanas.
Neste mesmo intervalo, a mobilidade do joelho é gradualmente liberada, sendo a fisioterapia fundamental para a reabilitação ser bem sucedida.