A cartilagem é um tecido que funciona como uma capa que recobre a superfície dos ossos. Nas articulações como o joelho, ela tem papel muito importante em permitir que o movimento aconteça com o menor atrito possível. Se o nosso joelho fosse uma pista recém-asfaltada, seria como se a lesão de cartilagem fosse um dos ingratos “buracos” que surgem ali ao longo do tempo. E apesar da cartilagem poder resistir a forças extremas, ela não tem grande capacidade de cicatrização mesmo frente a lesões mínimas.
Nos indivíduos mais jovens, ela costuma ser causada por traumas. Essa lesão pode ocorrer em um episódio de um acidente de mais alta energia (como fraturas articulares), em que um trauma único é responsável por gerar uma lesão de cartilagem, ou ainda pode acontecer devido a microtraumas repetitivos. Além disso, algumas lesões de cartilagem surgem por sobrecarga articular devido a fatores como o excesso de peso, ou desalinhamento do membro. Por fim, algumas condições como infecções que acometam a articulação (artrite séptica) podem gerar um processo inflamatório que leva à morte das células da cartilagem.
(Figura 1)
Os sintomas vão variar a depender da localização da lesão, assim como de sua causa, tempo de instalação do quadro e demanda do paciente. Mas em linhas gerais, os pacientes podem apresentar dor, inchaço articular e sintomas de travamento do joelho. Também é possível encontrarmos a queixa de dor após atividades de alto impacto ou ainda dor localizada ao permanecer por muito tempo em pé. Na presença de lesões localizadas na rótula (patela), é comum a dor ao se agachar, subir e descer escadas e ao permanecer com o joelho dobrado por muito tempo.
É recomendada a avaliação médica quando frente a estes sintomas, pois o tratamento dependerá da localização, tamanho e profundidade da lesão, assim como do motivo que levou ao quadro, da presença de outras lesões associadas e de qual é a demanda exigida pelo paciente. Durante a avaliação médica, serão solicitados os exames complementares para definirmos vários dos quesitos apontados acima.
(Figura 2)
(Figura 3)
O tratamento pode ser não-operatório ou cirúrgico a depender destes fatores, sendo que o tratamento sem cirurgia envolverá perda de peso, modificações das atividades diárias, alongamento, fortalecimento e reequilíbrio muscular. Para controle da dor, utilizamos analgésicos e anti-inflamatórios (estes por um período curto de tempo).
Quando da necessidade de cirurgia, o médico especialista conta com uma série de opções de técnicas, como as descritas aqui abaixo. Vão desde procedimentos realizados há diversas décadas, até procedimentos mais recentes, sendo algumas destas novas técnicas pouco ou ainda não-disponíveis no Brasil (por problemas logísticos e também por questões regulatórias):